Bombeiros Voluntários de Santarém em risco de parar operações de socorro
18-05-2010 18:34A corporação dos Bombeiros Voluntários de Santarém está em risco de parar as operações de socorro por dificuldades de tesouraria, afirmou esta terça-feira, dia 18, presidente da associação humanitária, Diamantino Duarte.
Durante uma visita do deputado do PCP, António Filipe, ao quartel da corporação, Diamantino Duarte afirmou que a associação tem a receber cerca de 180 mil euros de dívidas e subsídios camarários em atraso e que, por isso, está em risco a operacionalidade dos serviços. “Vivemos o momento mais negro desde há muitos anos para cá. Estamos com a corda na garganta e, se ficarmos muito sufocados, vamos ter que fechar portas”, alerta o presidente da instituição.
Em causa, segundo Diamantino Duarte, estão mais de 30 mil euros de subsídios em atraso desde Outubro de 2009, que não foram ainda pagos à associação pela Câmara Municipal de Santarém, e ainda uma verba de mais 30 mil euros de prestações bancárias de um empréstimo que a autarquia de Santarém assumiu e que, segundo os dirigentes dos Voluntários de Santarém, ainda não pagou ao banco.
Estão ainda em causa pagamentos em atraso por parte de hospitais e outras entidades afectas ao Ministério da Saúde, que dizem respeito a serviços prestados por esta corporação no âmbito de serviços de socorro e de transportes de doentes. No entanto, Diamantino Duarte frisa que, no caso destes serviços públicos, os pagamentos estão atrasados alguns meses, “mas vão chegando e não representam uma grande preocupação”.
As dificuldades de tesouraria levaram mesmo a que a associação humanitária não tenha conseguido pagar a horas os salários do mês de Abril a 22 funcionários da corporação, assim como não pagou as contribuições para a Segurança Social e os combustíveis consumidos neste mês. Os funcionários já receberam os salários de Abril mas está agora em risco o pagamento dos salários de Maio.
No total, os Bombeiros Voluntários de Santarém devem cerca de 60 mil euros a fornecedores e, segundo o responsável, “só por compreensão do fornecedor de combustíveis” é que as viaturas da corporação continuam a circular.
Os dirigentes da associação humanitária receiam ainda que, com a chegada do mês de Junho em que a corporação passa a integrar o dispositivo nacional e passa a ter mais 7 operacionais a trabalhar, se agravem os problemas de tesouraria. Isto porque, nesta altura, o consumo de combustível também duplica, assim como outras despesas, diz Diamantino Duarte.
O presidente da câmara de Santarém, Moita Flores, explica que “a associação não se tem que preocupar com a prestação ao banco, porque essa é uma responsabilidade da autarquia e os responsáveis da corporação só serão chamados para pagar numa situação extrema”. Quanto aos subsídios em atraso, o presidente da câmara admite o atraso mas garante que serão pagos “consoante as disponibilidades de tesouraria do município”.
Relativamente à possibilidade da corporação suspender os serviços de socorro, Moita Flores assegura que “não existirá ruptura de serviços”, uma vez que os bombeiros municipais e outras corporações do concelho poderão assegurar essa operacionalidade.
No final da visita, o deputado do PCP, António Filipe, afirmou que vai levar este assunto à Assembleia da República, estando a preparar um documento que pretende enviar ao Ministério da Saúde e ao Governo Civil de Santarém, onde pretende alertar para as dificuldades desta corporação de bombeiros.
(Fonte: www.oribatejo.pt)
Será que nos Bombeiros de Alcanede também se sentem estas dificuldades?
A população está a par do que se passa no Concelho e possívelmente na freguesia?
Ou é um tema que só interessa quando as pessoas realmente precisam de ajuda?
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